Pacientes que venceram a Covid-19 relatam como mudaram a sua rotina:”Há esperança”
A rotina dos doentes que enfrentaram a doença do coronavírus. Uma grande parte dos recuperados da doença, alem de ser assintomáticos, uns se recuperaram em casa, outros precisaram de internamento. O site G1 conversou, com alguns dos pacientes que se recuperaram na Baixada Santista após a fase crítica da doença. Veja à seguir, relatos de algumas pessoas que venceram a luta contra coronavírus.
“Há quem tenha esperança”; é a primeira frase contada por Hudson Ricardo Alves, de 43 anos, que se recuperou e teve alta, sete dias após ter estado em coma.
Hudson, natural de Cubatão, teve alta no dia 13 de abril. Após ter saído do hospital há mais de duas semanas, ele mesmo acredita que a vida lhe deu uma nova oportunidade de viver. Mesmo assim, já recuperado continua sentindo falta de ar, quando faz um pouco mais de esforço físico. Além disso, ele acabou ficando com uma má deformação na boca, sete dias em coma e entubado, irá realizar uma cirurgia para reconstruir a boca.
Ele que esteve isolado nos primeiros dias, que regressou a casa por recomendação médica, e os vizinhos lhe prestaram uma homenagem na sacada do condomínio onde ele reside, na capital paulista. Depois do seu regresso a casa, o momento que mais o marcou, foi quando finalmente reencontrou a filha.
“Quando a médica me deu alta, eu fiquei com a minha filha. No inicio brincamos, fiz até um lanche para ela. Foi tudo normal. Depois do lanche, aí sim, chegou toda a emoção. Ela chorou, e me disse que sentiu muito medo, não contive a emoção, e chorei junto. Ficamos ali abraçados comemorando aquele momento”, conta.
Raimundo Carlos da Silva, de 45 anos, comerciante, também, deu um relato muito emocionante. Ele conta que os sintomas só inciaram uma semana antes de ele ser internado. O que o levou à procurar ajuda médica.
Ele ficou internado durante 10 dias. A sua estadia no hospital, fez o comerciante, ficar ainda mais apavorado com a doença. “Você imagina quando tem uma doença, que poderá morrer a qualquer instante. Isso acaba por deixar ainda mais preocupado e apavorado”. Assim eu fiquei, depois fui libertado, e ainda fiquei isolado por mais dez dias, por precaução.
Ele só ficou mais tranquilo após receber alta médica e poder voltar para casa. ¨Depois de me ter recuperado, às vezes ainda sinto alguns sintomas. Mas na verdade é um alivio saber, que estou fora de perigo de morrer”, diz.
O profissional da área de saúde, Gabriel Ferreira Groba de 28 anos, também recebeu uma homenagem por parte dos colegas de trabalho do hospital. Conta que se sentiu mais tranquilo com a alta. “Eu queria muito isso, estava ansioso para poder rever os meus filhos que não os via quase há um mês, e ficar junto da minha esposa”, declara o profissional.
O enfermeiro passou 22 dias na UTI, e teve que ser entubado, mas ainda está em recuperação. Ele disse que sentiu dificuldades para andar e falar, mas já está fazendo fisioterapia, para obter melhores resultados em curto tempo”. A doença não existe mais, mas ainda requer cuidados”, declara. Agora conta os dias, para poder voltar à trabalhar. Este o seu maior desejo.
“Eu sou enfermeiro, e conheço todos os procedimentos. É muito complicado estar do outro lado. Mas são nesses momentos, que se aprende muito com a vivencia. Agora quero me recuperar o mais rápido possível, e voltar logo ao trabalho, e transformar essa experiencia que passei, em prática com os pacientes”, finaliza.